Ao Mestre MÁRIO QUINTANA.
J. Norinaldo.
Eu troco um Poema por um toco de vela num pires encardido,
pareço perdido numa mente insana? Não! Este toco de vela serviu de luz para
Mário Quintana. Meu, sobretudo roto, faltando botões, não testemunha os serões
que fizemos juntos. Por que um poema? Porque nada mais tenho, se vale a pena? É
só ver de onde venho. Venho de muito longe e em minhas andanças, nas minhas
lembranças, ver o Mário é tão frequente em minha mente que assim de repente me
nego a crer que ele veio a escrever sob a luz de um toco de vela. O que? Hoje
um palácio tem o seu nome? Pois nas lagrimas em estado sólido desse toco de
vela, vejo lágrima de uma menina bela, que se jogou das alturas, era o ano
velho segundo Quintana. O que será que lhe trouxe cada ano novo? Depois da luz
desse toco vela o escuro total? Não
pergunto por mal, mas como? Sair de uma pensão qualquer em uma escura e suja
viela para um palácio monumental; teria o Mário fugido em algum poema, do qual
era o tema e ninguém percebeu? Ou o Palácio
só veio depois que morreu? Normal? Ledo engano amigo, o Mário é e sempre será
Imortal! Por que tanta intimidade? Porque penso que também sou poeta e poetas
conhecem a verdade e não se assustam com ela! Agora, vai aceita meu poema por
esse Toco de Vela!
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