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segunda-feira, 28 de novembro de 2016



 
Minha Máscara, meu Escudo.
J. Norinaldo.

Ah! Essa minha máscara de palhaço tem a espessura de uma barricada, onde por detrás dela me escondo e escondo toda minha amargura. Posso te fazer sorrir, feliz jamais, pois não pode ninguém, dividir com alguém aquilo que nunca teve e nem tem. Por que sou palhaço? Quem me escolheu, a vida decerto não fui eu, mas de uma coisa sei, meu sorriso é falso, assim como a lágrima por vezes é apenas a tinta que escorreu. Certa vez em Paris, vendo a felicidade em abraços e sorrisos, olhei para meu chapéu de palhaço no chão e vi alguns pombos a catar migalhas de pão, que alguém atirara com essa intenção e me senti tão alegre por ver em algo tão simples um mar de ilusão. A vida pouco importa o meu sofrimento, por ter que fazer sorrir mas chorando por dentro. A vida importa a minha missão e enquanto gargalhadas entoam, como os pombos que voam, eu cato migalhas no chão. Não fosse essa máscara, que chamo de escudo, de um exército mudo sem orgulho ou brasão, algo que nunca quis, sob o céu de Paris catar migalhas no chão; ah! essa máscara amiga há quem a bem diga, por servir para fazer sorrir...Que triste ilusão.





Oh! Chuva Bem dita!
J. Norinaldo.

Oh! Chuva bem dita que chora na minha vidraça, não pedidndo abrigo, mas chorando comigo por tanta desgraça. Oh! Chuva tão límpida como pingentes de cristais, quando chegas a terra já não és mais; mesmo sendo lama fertilizas seu ventre e suas sementes, sacias a sede dos seres viventes trazendo os frutos que os alimenta. Hh! Chuva que lavas o sangue das chacinas, e as valas na guerra que se chamam tricheiras, oh! Água vendida, que custa a vida de quem não a paga; oh! Chuva bonita além de bem dita que a terra afaga. Oh! chva bem dita que enches os rios e os mares, que enfeita os pomares sem limites ou fronteiras; oh! chuva bem dita que até nos desertos, faz nascer palmeiras cílios dos oásis que sacia a sede do viajante solitário; oh! Chuva bem dita, que do dia para a noite mudas no mundo o cenário. Oh! chuva bem dita, eu penso sozinho, se me dás a uva para fazer o vinho, assim como a vida que existe num mangue, por ainda existe alguém que fala num rio de sangue. Oh! Chuva bem dita ora com lágrimas em minha vidraça; por favor cria em enchente e carrega para longe da terra toda desgraça.
 



Enquanto meu Barco Rugia.
J. Norinaldo.

Saudades de uma noite tão bela, em que a procela me ensinou o valor de viver, jogando meu barco como uma casca de noz, o trovão era a única voz que parecia ditar a lição, num cenário para muitos atroz, pela manhã a visão do plainar do albatroz, no voo ligeiro da fragata para nós, os retoques da tela da vida, como um quadro verde ainda escrito com a lição recebida. Imaginem quem foi o Comandante mais lembrado, na hora em que o mastro se nivelava as vagas e o barco rugia, assim como uma fera ferida, que enfrentava tudo pela vida, e era naquele momento, que a Ele elevávamos o pensamento; a Ele cuja mão nunca treme, a Ele confiamos o leme, e assim vencemos a procela, e pela manhã retocamos a tela, relembrando o antes, o durante e o após, no lindo voo do albatroz e da fragata comemorando a vida. Salve os homens do mar, que respeitam o Comandante Supremo, que sempre alcançará um remo, na hora em que for preciso remar. O mar assim como o deserto, ora plano ora cheio de subida e descida, onde o barco executa meneios, com as velas como porta seios, guarda os seios que amamentam a vida. Meus respeitos aos homens do mar, não só porque fui um deles um dia, hoje a onda que me alcança, é mansa como uma poesia; mesmo assim olhando para ela, me volta a lembrança a procela, enquanto meu barco rugia.

A foto um trabalho da amiga Valdete Matos de Cachoeirinha PE.
 

segunda-feira, 14 de novembro de 2016




Da minha Janela eu vejo a Lua.
J. Norinaldo.


Da minha janela eu não vejo a tua, mas vejo a Lua como sempre tão bela, ó Lua brilhante, sou  teu eterno amante que o sol não me ouça, tão linda e tão terna como uma bola de louça. Sem nenhum preconceito iluminas meu leito e contigo e deito e é contigo que sonho. Oh! Lua  tão linda, que iluminavas meus sonhos meninos, tão pequeninos como as estrelas distantes; ó Lua tão bela que te escondes entre as nuvens encobrindo de sombras os beijos de amantes. Oh! Lua que hoje estás bem mais bela parecendo atender o uivo do alfa que vive atrás da minha janela. Oh!  Lua que pinta essa terra de prata, e o verde da mata parece um anel, e quem já te viu lá em Alto Mar, com certeza és o hal da entrada do céu. Oh! Lua encantada do eu pequenino, dos sonhos menino que há muito se foram ficando a certeza, que tu és a mesma e não sei tua idade, mas a felicidade se curva a tua beleza. Oh! Lua tão bela que entra pela minha janela, e ilumina meu leito, onde contigo me deito, como num sonho sem fim; e nem reparas em que minha cama não  existe cetim. Enquanto te espero sob a minha  parreira, parece que vistes algum ninho na Jabuticabeira, Quão linda és  Lua, hoje sonho contigo, numa praia comigo, como uma deusa nua.

domingo, 13 de novembro de 2016






Entender para que?
J. Norinaldo.


Depois do sonho a verdade, a fria realidade que nem sempre é sonhada e de nada vale chorar e pedir felicidade se só sabe sonhar.Um homem santo vivi da sua santidade, sem sonho de felicidade ou grandeza, a natureza é sua riqueza na verdade. Um Mantra, que para muitos não diz nada, vale a um homem santo um vida inteira sonhada. Em cada sonho uma marca, em cada marca um tesouro, estigmas de correntes de ferro ou de ouro, de sorrisos ou de choro. Em cada tambor um sinal de derrota ou vitória, em cada alfarrábio uma história com início e final; em cada conversa o dueto como o bem e mal; em cada mantra uma luz que no túnel é o final. Em cada cabeça uma setença em cada dedo um anel, em cada mesa uma taça de mel ou de fel, em cada poema uma estrofe sobre o inferno ou o céu. Antes do sonho a verdade no saber também: Ha, Tá, Má, Inda, Rer, La, Na, kira, E  Daer, eu não consigo entender. Sha, Mi, ra, Rab,maile, Lik Mai, let bue la lipe, mas canto porque me faz bem. Lak, mac já, cude lê, tim ta com ji, hagade, cunatun, mac já impa, cai, nuna gê!

sábado, 12 de novembro de 2016




Se quiser eu te conto este conto.
J. Norinaldo..


E o Sol se pôs nas curvas dos mares, longe dos olhares onde poucos o viram, e as vagas distantes serenas, que a brisa tona pequenas, cenário que tão poucos assistiram. Eu que reclamo da vida, por perder a viagem sonhada, e reclamo por nada, mas vi tudo isso; as ideias de espetáculo tão lindo sem plateias sempre me levaram a pensar, se veria algo tão belo, como um por do sol sobre o mar, e quem viu sem saber descrever, como alguém que sorri para dentro, se engasgando com tanta beleza e pode morrer. Quando o céu se une ao mar, é lá que o sol se despede do dia num gesto de amor, parecendo um colibri galante cortejando uma flor. E a Lua com seu brilho suave e sereno, faz o mundo parecer tão pequeno o que pensar do eu espectador. E o meu barco se vai entre as ondas, como no mais lindo bailado, como o colibri cortejante e a flor que corresponde ao amado. Nada é mais belo no mundo, do que este por do sol, uma tela pintada pelo Criador, com as cores do Arrebol. Se você nunca viu eu te conto, cada detalhe cada ponte, num poema se poema for, para cortejar a tua atenção, fazendo vibrar o teu coração; como o colibri...Cortejando uma Flor.

terça-feira, 8 de novembro de 2016





I Dont' Love You.
J. Norinaldo.

Não! Eu não te amo! não quero ouvir lamúrias ou frases ensaiadas, prefiro não ouvir nada, em momentos assim o silêncio diz tanto. Não! Nada de pranto, prefiro mil vezes a voz do vento, ora manso, como o remanso de um rio, sim prefiro o vazio onde só caiba o silêncio que não deve ser preenchido com choros, agouros ou tristes presságios prefiro adágios verdades irônicas, que feridas crônicas que chagas sangrentas eu te peço querida. Desejo que seja contigo, como foi comigo tantas vezes na vida. Prefiro mil vezes o látego que me leva ao fragor da alma partida; mil vezes prefiro a dor sem nenhum lenimento que fingir um momento que te tenho amor. De mim, nenhum fingimento, ou falso arrependimento, por me faltar coragem, e deixar prosseguir um engano, que de loucura chamo, simplesmente pelo temor de negar, ou de te ver chorar  por ser mais fácil falar simplesmente: Eu te amo. Ou, porque não foi a primeira coisa que aprendi noutra língua...

domingo, 6 de novembro de 2016





A Trilha da Vida.
J. Norinaldo.




No final da trilha, mesmo que não sinta mais os pés e a minha camisa xadrez pese como chumbo e veja o caminho se fechar como uma porta, quero esquecer a dor das chagas, sem mais tempo para chorar, quero ignorar a longa estrada, mesmo por não poder voltar, olhar as minhas últimas pegadas, sabendo que o vento as apagará; mas tudo de bom que edifiquei, tudo que na trilha deixei; o tempo se encarrega de guardar. Se este paragrafo está grande, é que ainda consigo respirar, ainda ouço uma canção que vem de longe, e as asas de Condor sempre a plainar, em fim a linha do horizonte, parou de brincar de esconde, esconde e deixou eu me aproximar. O xadrez da camisa é colorido e os pés que não sinto sei que existem, para que os pés sem mais caminho? Para que a vida para eu sozinho? Por que o tamanho do Condor, se me contenta um passarinho, por que me importar com uma pegada, se na verdade não são nada; quando fizer parte da poeira do caminho? Ah! Como me sinto bem, ao saber que não estou sozinho e que piso onde já pisou alguém, e que todos um dia pisarão, com certeza serve para você também.