A Trilha da Vida.
J. Norinaldo.
No final da trilha, mesmo que não sinta mais os pés e a minha camisa
xadrez pese como chumbo e veja o caminho se fechar como uma porta, quero
esquecer a dor das chagas, sem mais tempo para chorar, quero ignorar a longa
estrada, mesmo por não poder voltar, olhar as minhas últimas pegadas, sabendo
que o vento as apagará; mas tudo de bom que edifiquei, tudo que na trilha
deixei; o tempo se encarrega de guardar. Se este paragrafo está grande, é que
ainda consigo respirar, ainda ouço uma canção que vem de longe, e as asas de
Condor sempre a plainar, em fim a linha do horizonte, parou de brincar de
esconde, esconde e deixou eu me aproximar. O xadrez da camisa é colorido e os
pés que não sinto sei que existem, para que os pés sem mais caminho? Para que a
vida para eu sozinho? Por que o tamanho do Condor, se me contenta um
passarinho, por que me importar com uma pegada, se na verdade não são nada;
quando fizer parte da poeira do caminho? Ah! Como me sinto bem, ao saber que
não estou sozinho e que piso onde já pisou alguém, e que todos um dia pisarão,
com certeza serve para você também.
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