Translate

segunda-feira, 28 de novembro de 2016




Oh! Chuva Bem dita!
J. Norinaldo.

Oh! Chuva bem dita que chora na minha vidraça, não pedidndo abrigo, mas chorando comigo por tanta desgraça. Oh! Chuva tão límpida como pingentes de cristais, quando chegas a terra já não és mais; mesmo sendo lama fertilizas seu ventre e suas sementes, sacias a sede dos seres viventes trazendo os frutos que os alimenta. Hh! Chuva que lavas o sangue das chacinas, e as valas na guerra que se chamam tricheiras, oh! Água vendida, que custa a vida de quem não a paga; oh! Chuva bonita além de bem dita que a terra afaga. Oh! chva bem dita que enches os rios e os mares, que enfeita os pomares sem limites ou fronteiras; oh! chuva bem dita que até nos desertos, faz nascer palmeiras cílios dos oásis que sacia a sede do viajante solitário; oh! Chuva bem dita, que do dia para a noite mudas no mundo o cenário. Oh! chuva bem dita, eu penso sozinho, se me dás a uva para fazer o vinho, assim como a vida que existe num mangue, por ainda existe alguém que fala num rio de sangue. Oh! Chuva bem dita ora com lágrimas em minha vidraça; por favor cria em enchente e carrega para longe da terra toda desgraça.
 

Sem comentários: