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sexta-feira, 23 de janeiro de 2009



Tudo Passa.
J. Norinaldo.


Tudo passa, tudo passa, tudo... Passa a dor, a solidão, o sofrimento o dissabor. Passa o tempo e com ele passa tudo.
A vida passa e o homem passa a vida sem entender que foi a vida que passou; passa a riqueza, a beleza enfim... Quando vemos tudo passou.
Que corpo! O que é isto? Uma deusa aqui na terra? Não admira que por Helena Tróia fosse à guerra. Quanta vez já sonhou com este corpo? Tendo, porém a convicção de jamais poder tocá-lo, agora aqui estou, a olhar o mesmo corpo, só que agora apenas corpo, corpo que em vez de paixão, agora lágrimas de saudade e de dor. Um corpo que a porta da cripta espreita É na verdade tudo passa. Pala última vez vi este corpo passar, não mais com o andar de uma deusa sobre nuvens, carregado não por fãs em histeria, sem gritaria, apenas preces em silêncio, a despedida é para sempre, não haverá mais retorno, beijos abraços euforia. Descartado este corpo por tantos sonhado.
Por que tanto orgulho nesta vida? Se a única certeza que nos dá, é que um dia também passará, quando isto acontecer ao pó, novamente passará.

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