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quarta-feira, 1 de abril de 2009



Minha Inquisição.
J. Norinaldo

Construí torres, muros correntes e grades,
Proclamei-me meu próprio inquisidor,
Ardi na fogueira da intolerância,
Atirei uma pedra sendo eu pecador.
Arvorado no topo da ignorância,
Proferi blasfêmias em nome do amor.

Em grandes batalhas fui duro fui forte,
Lutei contra a morte em campos de guerra.
Cumpri com denodo as missões com fervor,
Herói condecorado tenaz combatente,
Meu elmo escondia a tristeza dos olhos,
A cada inimigo atirado por terra.

Lutei com leões na arena da vida,
Fui conselheiro de reis e rainhas,
Dei tudo de mim aos outros e esqueci,
Das mazelas da guerra que agora são minhas.
Por quem eu lutei já fui esquecido
Do mundo banido, como ervas daninhas.

O bravo guerreiro que o mundo aterrava,
Cuja espada brilhava como a luz do sol,
Condenado ao exílio da solidão e da dor.
A tocha na mão para acender a fogueira,
Com o poder que a inquisição me outorgou,
Por não ter conquistado na vida o amor.

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