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quinta-feira, 25 de junho de 2009



As Três Etapas.
J. Norinaldo.

Alguém disse que um homem para se realizar na vida, tem que ter um filho, escrever um livro e plantar uma árvore. A primeira coisa a ser feita nessa lista, seria plantar uma árvore, isto eu fiz, a segunda não consegui, a terceira realizei, escrevi um livro.
Minha primeira realização, brotou, cresceu e se fez frondosa. Deu frutos e aliviou o cansaço de muitos a sua sombra. Serviu de moradas de passarinhos que com seus ninhos renovam a vida em cada estação. Depois que ficou velha, já não tinha frutos, já não dava sombra tornou-se obstáculo, foi derrubada e serviu de lenha que aqueceu a muitos no rigoroso inverno.
A terceira etapa, escrevi um livro, quase ninguém leu, mas ainda é meu, ainda tem meu nome, em algum canto que alguém esqueceu. Escrevi poemas sonhei com medalhas que ninguém me deu. Para muito disse: este é meu filho que nunca nasceu, e sonho pra ele um futuro lindo como não foi o meu, não aconteceu.
E você que conseguiu cumprir todas as etapas da realização o que me diz: fale-me da árvore, conte-me do livro e o seu filho é muito feliz? Este sonho lindo que em minha alma ainda vive, ou vai me dizer que eu sou feliz por que nunca o tive?
Encontrei um homem já muito velhinho, o corpo encurvado não mão um cajado como companhia, lhe falei dessas três missões e ele me disse com sabedoria: _ Eu plantei florestas, fiz bibliotecas filhos a revelia, até perdi a conta que antes sabia, reguei minhas árvores, eduquei meus filhos divulguei meus livros, agora me encontro aqui nessa estrada justamente em busca da felicidade que foi prometida, de uma das minhas árvores ganhei este galho que me auxilia nessa caminhada sofrida, dos livros o que ensinei já nem lembro mais, tanto tempo faz que os escrevi. Os filhos já passei por todos alguns nem sabem quem foram seus pais.
E ainda pensa encontrar alhures a felicidade, com tanta idade e dificuldade em se movimentar? _Não filho, penso encontrar aquele que inventou tudo isto para me enganar.
O que não vou fazer, é ficar sentado esperando a morte, com um pouco de sorte e com o meu cajado, vou lhe dar trabalho lhe desviando a foice para outro lado, pra mostrar pra ela que valorizo e muito, esta vida que alguém me emprestou e nunca falou que assim seria o tal pagamento.

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