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sábado, 17 de outubro de 2009


Canção do Suicida.
J. Norinaldo.

Caí sozinho na poeira da estrada,
Tentei me erguer, mas foi em vão,
Como um verme, preferi me enterrar,
Talvez sirva para adubar uma flor,
Que enfeite uma santa num andor...
Que seja vista em alguma procissão.

Caminhei resignado pela estrada,
Cabisbaixo na certeza do ser nada,
Tendo sempre a solidão por companheira,
Restou-me uma miúda centelha de orgulho,
Em escolher uma cruz num pedregulho...
Ao ver os germes me consumindo na poeira.

Passei pela vida sem ser visto,
Vi apenas as sombras na caverna,
Espreitei de longe a felicidade,
Percebi que só sua busca é eterna,
Assim como as mentiras que aprendi...
No labirinto em busca da verdade.

Busquei uma luz no fim do túnel
E encontrei o brilho da escuridão
Tropecei em tantas pedras no caminho
Curei sempre as minhas chagas sozinho
Nunca encontrei que me estendesse a mão
Agora é tarde pra me oferecer carinho.



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