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quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Oásis de Lágrimas.
J. Norinaldo.

Tive um sonho, me encontrava no meio do deserto, com muita sede e calor, o cansaço era terrível e o peito ardia como se respirasse chamas, não sabia para onde ir, pois nada via além de areia. Pensei que seria o fim e lamentei por ter deixado de fazer tantas coisas, por tantas coisas que poderia ter dito e não disse, por orgulho, por soberba ou simplesmente por acreditar que poderia fazer ou dizer quando bem quisesse. Pensei: e agora que o fim está chegando, que a loucura já ronda como ave de rapina, em pouco tempo só restarão trevas, a quem dizer o que guardo no coração? Se escrevo na areia, em segundos o vento apagará, gritar já não posso mais, e gritar para quem? Um rajada de areia quente me fere os olhos, fecho-os apenas por instinto, e quando os abro novamente, vejo diante de mim um lindo oásis com água cristalina e fresca rodeado de tamareiras carregadas de belos frutos. É apenas uma miragem, pensei. Nisto vejo um lindo pássaro que fala a minha língua e diz:: _ Vem, bebe e te alimenta, não é miragem. Na verdade este oásis não existia, se formou de repente, criado pelas lágrimas de alguém que por ti chora em algum lugar, depois te guiarei até a margem do deserto, pois este foi mais um desejo desse ser que mesmo não sabendo onde estás; está sempre pedindo em suas preces o melhor da vida para ti, mesmo que nunca tenhas para ela uma palavra de carinho. Pensas, se sabes quem é, ela estará te esperando de braços abertos. De repente lembrei de Você, e acordei abraçado ao travesseiro gritando: EU TE AMO!
Alguém assustado correu e perguntou: Ama quem? E novamente me calei, acreditando que o deserto fora só mais um sonho.

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