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quinta-feira, 20 de maio de 2010


Orgasmo.
J. Norinaldo.

Queria ter o poder para explicar a solidão,
Para entender o amor em toda sua amplitude,
Sem justificar atitude de quem mata por amar.
Falando de almas gêmeas sem nenhuma restrição,
Que o amor não fenece com o passar da juventude,
E que há o amor solitário em uma masturbação.

Queria ter o dever de desvendar o mistério,
Que vai para o cemitério como mentira e sarcasmo,
De quem ostenta a beleza que o espelho tanto aprova,
E o orgulho leva pra cova sem conseguir um orgasmo.
Por que o lado egoísta do seu prazer nada cede,
E assim o amor mingua, tem a língua mas não pede.

A beleza do amor existe somente na poesia,
Como a beleza das flores é efêmera passageira,
Como chuvas de verão que sequer abrandam a poeira,
Os beijos antes do ato que chamamos de amor,
Entre a dose de whiski e o cigarro do depois...
Apenas masturbação, não por um, mas entre dois.

Depois vem o desespero e o choro na escuridão,
Ou com o auxílio da mão buscando o prazer negado,
No exílio do silencio na falta de entusiasmo,
O amor é esmagado pelo cajado egoísta,
Onde o cansaço madorna envolvido no marasmo...
E a epifania do amor segue ansiando um orgasmo.


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