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quinta-feira, 3 de junho de 2010


Poker de Cinco Damas.
J. Norinaldo


As cartas são dadas o jogo encerrado,
A mesa se forra com uma fortuna.
Ao ver minhas cartas a grande surpresa,
Quatro damas parecem sorrir para mim,
Como a dizer para que tantas blasfêmias?
Estão aqui quatro fêmeas para te socorrer.

Uma a uma as cartas despencam no pano,
Mãos empurram pra mim a grande bolada,
Que guardo nos bolsos sem nenhuma emoção.
Sinto a brisa a porta, olho o céu vejo a lua,
Amantes aos beijos a beleza da rua, a vida no cio,
Sigo silente, o caminho de sempre um quarto vazio.

Até que me lembro do amor comprado,
Medido, pesado para pronta entrega,
Que o vento carrega depois de usado,
Pego o telefone e faço um pedido,
Logo atendido com beleza e talento...
Mas uma dama do jogo da vida.

E me chega a beleza montado num atelier,
Que dá gosto de ver, mas tem gosto de nada,
E que pago o justo pela falsa chama,
E as marcas de suor que ficam nos lençóis,
Me lembram uma vala repleta de lama,
Declamo Bukowski e durmo na sala com nojo da cama.

1 comentário:

Lourival Rodrigues dos Santos disse...

Eita Poker de Cinco Damas - A vida como ela é, cheia de ilusão, fantasia, sonho... mas é real. Senti nos seus versos o talento e a vivência feitos em letras. Estou emocionado com a sua poesia Norinaldo. Continue nos brindando.