Translate

sexta-feira, 4 de março de 2011



Se o Barco não Virar.
J. Norinaldo.


No deleite do êxtase do olhar,
A janela da alma sem cortina,
O feitiço da carne se derrama,
Como a lava de um vulcão em chama,
Na nudez do corpo que fascina.

Como um barco navega a vaga mansa,
Balança requebra e faz meneios,
Entre as velas que dançam a barlavento,
Emproam avante os belos seios,
Rumo ao farol do atrevimento.

Se nos trejeitos da popa tem malícia,
E concita o mastro que vacila,
A quilha fendada e palpitante,
Molhada pela onda que oscila...
A espera do mastro penetrante.

Quando o azul do mar se torna púrpuro,
E a procela acena ao vendaval,
As velas jogadas sobre o lastro,
Entre algas desaparece o mastro...
Na loucura de mais um carnaval.

1 comentário:

Lourival Rodrigues dos Santos disse...

Profundo esse... verso! ..."avante os belos seios, Rumo ao farol do atrevimento". Só o poeta pode tornar palavras a cena imaginada. "Se o Barco não Virar" eeuuuu... NÃO chego lá. Abraço amigo e bom carnaval.