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quarta-feira, 27 de abril de 2011


O Lobo e a Noite.

J. Norinaldo

Salpicar a noite com pingos de medo,

Criando segredo para a escuridão,

Confiar no lobo que dentre a matilha,

Durante a partilha doa seu quinhão,

Semear o campo ter seu parreiral,

Fabricar seu vinho com a própria mão.


Manter seu rebanho bem perto da fonte,

Não descer do monte por causa do vento,

Não mover as pedras sem haver motivo,

Não viver cativo de um pensamento;

Não colher o fruto se não sentir fome,

Não tirar do pássaro o seu alimento.


Não ser o primeiro a atirar a pedra,

Sem antes fazer uma reflexão,

Não condenar antes de escutar o réu,

Lembrar das palavras daquele sermão;

E que a escuridão é do dia um véu,

Como o peito esconde o nosso coração.


Amar o cordeiro que a mãe não aceita,

Se ela rejeita deve haver razão,

Só a natureza sábia e coerente,

Pode de repente ter a explicação,

Só quem arquitetou a criação do mundo...

Tem nosso destino na palma da mão.


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