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sábado, 30 de abril de 2011


Rei Morto, Rei Posto

J. Norinaldo.


Chegou a hora de se despedir do rei,

Beijar-lhes os pés elogiar seu manto,

A voz tremida de tanta emoção,

O medo surdo que a alma grite;

Já não suporto este fingido pranto,

Atira rosas a quem te negou um pão.


A sombra ereta que nunca se curva,

Reza de pé pra não ficar de joelhos,

E mesmo agora destila o conforto,

Somente os abutres têm outra visão;

O rico manto estraçalham ao vento,

Se não escondem já o rei no chão.


O rei se vai, mas a coroa fica,

E se justifica o tal pranto fingido,

Se todo luxo que vai no seu caixão,

Sem nenhum vassalo a querer segui-lo;

Alguém pudesse transformar em pão,

O fingido pranto não seria em vão.


Chegou a hora de cobrir com terra,

O senhor da guerra, em fim meu senhor,

Ficará tristeza em sua despedida?

Daquele que em vida comandava a morte,

Consorte de um reino,n um trono de ouro...

Mas, por fim se vai sem comandar a vida.


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