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sábado, 9 de abril de 2011



A última Aula. J. Norinaldo


O que mais se ouve em programas de TV sobre a violência nas escolas do nosso país é a falta de segurança, dentro e fora dos muros escolares. Sim, por que dentro também existem drogas e violência e sexo entre alunos e contra professores, isto não é novidade. Levar o filho até a porta da escola, dar-lhe um beijinho atrapalhando o trânsito e voltar à vida normal, comparecendo a escola somente quando é chamado para tomar conhecimento de alguma irregularidade ou para assistir a pecinha em que seu filho é ator, não corresponde à responsabilidade de pai ou mãe. Conhecer o histórico da escola, assim como os procedimentos dos professores, o índice de violência do bairro e principalmente o comportamento do filho ou filha longe de casa, junto com a turminha, isto sim é primordial. Conheci uma família no Rio de Janeiro um casal com duas filhas, lindas, na época a que me refiro a mais velha tinha 12 anos, e a menor 10. Meu amigo sempre se queixava que sua filha maior era uma verdadeira mosca tonta, às vezes era flagrada cochilando até de pé; quase não falava. Um belo dia me contou que foi a sua escola sem aviso prévio, e tomou o maior susto, pois a encontrou no meio de uma rodinha de amigos, e só ela falava e gesticulava. Totalmente diferente. Segundo relato do Apresentador de TV José Luis Datena, o colégio onde ocorreu a tragédia no Rio de Janeiro tinha sequer um porteiro, um porteiro, coitado, talvez se lá estivesse, seria hoje mais um a ser enterrado, mas, se um pai vai a uma escola e nota que não há qualquer segurança para o seu filho, por mais relapso que seja procurará a direção para uma explicação; a não ser que venham tomar conhecimento do fato assim como eu, depois do sangue derramada e através da Televisão. Existem países como a África, locais em que as escolas são verdadeiros presídios de segurança máxima, altos muros, grades e guardas, por causa das feras, leões, leopardos e outros tantos que se alimentam de carne, e não dispensam carne humana, mas não estamos falando da África, da selva, estamos falando de um país onde sequer há guerra declarada há muitos anos. Mas sabemos que não só nossas crianças devem ser confinadas em presídios de segurança máxima para poderem estudar e tentar entender o que acontece com nossa nação e o mundo, o que já não causa espécie, pois nossas casas também estão virando fortalezas, ou casa mata, os que podem já usam vidros blindado e paredes a prova de mísseis, enquanto os bandidos, traficantes e assassinos andam livremente e em breve, criarão um sindicato muito forte para protestar perante a lei contra tanta segurança o que vem a dificultar seu trabalho. Assim como não devemos nos compadecer de todos os velhinhos, por que os canalhas também envelhecem, devemos atentar para os bandidos atuantes em nosso país também foram crianças e adolescentes, muitos deles bem nascidos e mau criados, quando os pais pagam tudo que desejam em troca do afeto e da amizade, até que chegam ao ponto em que não podem mais sustentar seus vícios e seus luxos, partem então para a marginalidade. Por que alguém planeja uma vingança tão cruel contra a casa que o ajudou a se afastar das trevas da ignorância, e contra inocentes que talvez nem venha a conhecer? até hoje sonho com minha primeira escola, e quase morro de saudade e amor por aquela pequena escola no sertão de Pernambuco. No momento em que escrevo este texto, um grupo de meninos e meninas faz uma verdadeira balbúrdia em frente a minha casa, por vezes não consigo sequer escrever, não tenho filhos, mas vivo em sociedade, e todas essas crianças estão gritando longe das suas casas, por que seus pais merecem sossego; e crianças realmente têm que brincar e gritar, principalmente na frente da casa dos outros, por que suas mães não podem deixar de ver a novela. Uma vez em um sítio de um amigo, vi uma galinha avançar sobre uma vaca para defender sua ninhada. Noutra feita fui testemunha de uma mãe que jogou seu filho no lixo. Até quando vamos ver crianças e adolescentes sendo chacinadas por se encontrarem indefesas? Simplesmente por que acreditam em Super Heróis? Ouvi num relato de uma das meninas que escapou do massacre: Eu não sei o nome de armas, acho que era uma metralhadora. Quantas morreram sem saber o nome da arma que a matou? Tenho plena certeza, caso venha a acontecer o advento da Copa do Mundo no Brasil, durante este período o Rio de Janeiro e as cidades que sediarão tal evento serão verdadeiros oásis de tranqüilidade. Por quê?

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