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domingo, 1 de maio de 2011



Passarinhos Não Passarão.
J. Norinaldo.

N a simplicidade da minha gaiola,
Cantarola um pássaro triste canção,
Que chega a rua onde a vida acontece,
E esquece a gaiola pendurada no oitão;
Atrofiando as asas de quem tinha o mundo...
No poço profundo desta solidão.

Nesta pobre prisão sem direito a um ninho,
Meu canto ainda fala de amor e paixão,
Quem escreveu a letra não pensava em gaiola,
Como Mário Quintana que se foi passarinho;
Ou a paixão de Catulo pela sua viola,
Quem destruiu meu ninho, estes sim passarão.

Anuncio a alvorada com meu pranto triste,
Nem sei se existe algum pranto feliz,
Já não posso voar como fazia antes,
Sei que as notas errantes da minha canção;
Tem no refrão, uma frase que diz:
Meus tormentos também um dia passarão.

No silencio da noite cala meu canto triste,
Que não fala do alpiste não por mim colhido,
Lembro o fruto maduro na ponta do galho;
Ouço um grilo entoando seu canto comprido,
Pela manhã um pardal na parreira voa livre...
Por não ter nesta vida, nenhuma canção aprendido.

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