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sexta-feira, 15 de julho de 2011


Cadafalso.

J. Norinaldo


Se a vida reservou-me o cadafalso,

Eu não disfarço a decepção que tenho,

De viver sabendo onde vou parar,

Sem saber do lugar de onde venho,

Vou seguindo o caminho já tacado...

Com o passo vacilante de um sonâmbulo.


Se o prelúdio coincide em todo ato,

Se de fato no destino está escrito,

Se existe o cadafalso para tantos,

E todo o caminho é finito;

O galo ofertado a Esculápio...

Não foi para o cadafalso aos prantos.


A vida vivida é a mentira do consolo,

Para o tolo que acredita no desvio,

E que o fundo é a pior parte do poço,

Se a vida não passa de um fosso,

Que sempre leva ao cadafalso,

Ao nada ou ao eterno vazio.


O vento que embala a mansa vaga,

Que cavalga a imensidão do oceano,

Forma dunas em tempestades de areia,

Todo sal que existe no deserto,

Que por certo um dia foi maré cheia...

Até o mar também tem seu cadafalso.


2 comentários:

Lourival Rodrigues dos Santos disse...

Se "Até o mar também tem seu cadafalso". Então olha aí o PANTANAL!!! Que beleza!
Bendito cadafalso do Mar de Xaraés.

Neuza Rodrigues disse...

Para que negar,nosso cadafalso já esta nós esperando quando aqui chegamos,vivemos partes maravilhosas de nossas vidas admitimos isso,mas não é eterna,como tudo somente passageiro,parabéns poeta belo poema.