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sexta-feira, 9 de setembro de 2011


Triste Bailado.

J. Norinaldo.


Danço a passos trôpegos de um bêbado,

Ao som dos guizos de uma cascavel,

Tendo como único teto o relento,

Como prova de que vivo o pensamento...

E a doçura de uma taça de fel.


Num bailado de espectros errantes,

Como as sombras da caverna de Platão,

E a peçonha da víbora maestrina,

E no passo da balé que a vida ensina,

A ver o monturo por tapete do salão.


E os guizos da serpente desafinam,

Enquanto a taça de veneno se derrama,

Apagando a fogueira da caverna;

No olhar da serpente a chama eterna...

A sombra brilha mais do que a chama.


E no bailado de espectros errantes,

Na caverna ou no salão do castelo,

Não importa se a taça é de cristal;

A sombra não difere na parede...

De um archote ou de um lindo castiçal.

1 comentário:

LOBA FIRE disse...

AMEI TEU BLOG ZÉ VC É UM POETA INCRIVEL! ADORO VC! BEIJOS
HELENA LINS