Capitular.
J. Norinaldo.
Do píncaro da glória ao sujo
beco, o falso vislumbre do trajeto, como quem sobe para baixo da montanha, como
se o tisnado na brancura da bandeira,
expressasse o sentido da vergonha daquele que tem medo de lutar, não de capitular, tornando a si mesmo um vencido. O senhor do escudo mais
brilhante, que busca o bastão do desafeto, já não lhe basta o trono que é seu,
cujo brilho se perdeu, no vislumbre do trajeto. Quão mais alto for o píncaro
escalado, mais sujo será o beco rastejado aos olhos de quem capitular. O homem
a sonhar com o trono eterno criou o inferno assustador, onde queimam as almas
que ousaram um dia desafiar o senhor, que não queima, mas rasteja em sujo beco,
por que teve medo de lutar, mas não hesitou em capitular; agora serve de
galhofa ao vencedor, no inferno que ele próprio criou.
Não importa o tamanho do exército,
tampouco a sua finalidade, a glória alcançada pela guerra, jamais trouxe a
felicidade, e a bandeira quanto mais é alta hasteada, mais é pelo vento
humilhada, sem respeito é em trapos transformada, o bastão passará de mão em
mão e o trono um dia vai terminar, assim como na vida tudo passa, o inferno não é vida e não sei se passará.
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