Translate

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012




A tua Luz
J. Norinaldo.


Quando eu mais precisei da sua luz,
Você brindou-me com o escuro do seu ser,
E as respostas que buscava se perderam,
Como fontes que secaram de repente,
Ou riachos que deixaram de correr;
Nas perguntas numa língua de serpente.

Quando caído na poeira já sem forças,
Acossado pelos lobos e as aves de rapina,
Lutando apenas com a bainha da espada,
Contra os fantasmas que criei durante a vida;
A maldizer o destino, a própria sina...
Na rendição de quem já não almeja nada.

Mas ainda sonha renascer das próprias cinzas,
Ao escrever na poeira o seu testamento final,
Num poema sem lamento, mas com tristeza,
Como um cego que em sonho tudo ver;
Afinal um poeta  pode, como qualquer um morrer...
Mas o seu poema não, este se torna imortal.

E no portal do Parnaso consta um nome,
Sublinhado pela mão da deusa da poesia,
O que Calíope marcou ninguém desfaz;
Mesmo um poema que foi escrito na areia,
E que o vento apagou não se perderá jamais,
Pois vira  lenda, como o canto da sereia.





Sem comentários: