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terça-feira, 26 de junho de 2012




A Vespa.
J. Norinaldo.


Se murmuro gritando meus motivos, enquanto sangram as feridas ainda vivas, dos açoites do látego maldito das seringas dos versos de Bukowski  e os gemidos dos moribundos de Augusto. Se remoo entre dentes impropérios, temente a algum deus que não conheço, estremeço  ao zumbido de uma vespa que ronda as feridas que mereço. Se for o preço da vida a ser pago e se não trago na algibeira nenhum trunfo, meu triunfo será gritar murmúrios aos cardíacos dos versos de Augusto, que se espetam nas seringas de Bukowaki, que infectam os becos mais imundos. Se murmurar motivos sem gritar, não sossega o látego maldito, nem me curam as feridas que mereço; não me livram da vespa que me ronda nem as bênçãos do deus que não conheço.


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