O Homem da Porteira.
J. Norinaldo.
Sigamos em frente agitando a
bandeira, abrindo a porteira que o último fecha, buscando uma brecha na
constituição, para não pagar impostos pela respiração, lotando as igrejas que
falam do céu, rodando o chapéu para o diabo amassar o pão. Sigamos sorrindo
direto ao abismo, enquanto o cinismo vai ditando as regras, nas pregas das
vestes que enfeita o sultão; juntando as
migalhas na nossa sacola, virando o rosto para o irmão que na praça esmola, por
não ter a mão que segura a bandeira, ou não paga o tributo que alegra o sultão;
do palácio do oásis La do Maranhão. A sarna é do povo que segue de novo
agitando a bandeira sem ver em seu lábaro o continuísmo, e se vai para o abismo
sem fechar a porteira.
E o homem descalço e descamisado,
que cuida do campo e engraxa a porteira e nem sabe quem foi que amassou o seu
pão, ainda é obrigado a sacudir a bandeira e fechar a porteira para seu patrão;
a levar o seu nome escrito no peito; por que de outro jeito lhe negam o pão. Tudo
isto por não conhecer seu direito, de por ser maioria, poderia mudar
radicalmente uma eleição. Ou não?
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