Chuva Raio e Paixão.
J. Norinaldo.
Esta nuvem carregada cor de
chumbo, que embaça de repente o céu azul, e do alto a cântaros vem à chuva a
deslizar por este teu corpo nu, numa carícia ousada e sem pudor como labareda
mansa e fria, que os loucos apelidam de amor. E neste mar entre vagas de
malícia, cada carícia se desenha numa curva, em cada pingo cintilante que desliza,
como se a brisa alisasse a onda turva. Chove chuva, nunca para de chover, afoga
o mundo num dilúvio de ilusão, que os relâmpagos sejam o colóquio entre dois
corpos e os trovões os gemidos de paixão, que tudo isto não seja apenas
pleonasmo, mas que a vida seja só um grande orgasmo e a chuva só a lava do vulcão. Que a vida seja
celebrada, só por isto e por mais nada: Chuva raio e paixão, beleza gozo e
tesão.
Sem comentários:
Enviar um comentário