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quinta-feira, 6 de dezembro de 2012




Partir.
J. Norinaldo.


Vou partir enquanto há tempo, enquanto há vento para impulsionar a vela e a procela está além do horizonte, e a água da fonte ainda é pura. Vou seguir o traçado do destino, esse menino brincalhão que não tem modos, que diz a todos o caminho a ser seguido, sem dar ouvido nem ao tempo ou ao vento. Vou partir  antes que a sombra da montanha, que  acompanha a marca que faz o tempo, antes que o vento que impulsiona a vela traga o eco da procela bem aquém do horizonte. Vou partir, pois a noite já vai longe, já ouço o cantar do monge no convento a despertar. Vou partir, pois o caminho é cumprido e o destino é bandido com quem teme este partir; vou sentir falta da sombra do monte, da água pura da fonte e até do canto do monge, quando bem longe sob uma sombra da senda pintarei em uma tela, tudo em uma procela que só o destino entenda.


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