Confissão Tardia.
J. Norinaldo
Fui contigo até a margem do rio que divide a
floresta dos segredos, das decisões e dos medos aonde a alma é omissa, onde
nenhuma premissa faz da poesia verdade; onde termina o onírico e a beleza do
lírico acena a felicidade. Paro, e aqui fico, não sacrifico o que resta do meu
amor verdadeiro, vais e te entrega ao acaso, não temas o rio é raso e sua água
transparente, talvez para mostrar a gente que assim dever ser a alma. Te acalma
e se queres vai em frente, eu não estarei por perto e se por acaso não der
certo, não voltes podes pegar uma enchente. O rio que divide a floresta dos
segredos, das decisões e dos medos costuma ser cruel com quem se engana.; Não
estarei mais aqui, não me grita, não me chama pois poderás ser ouvida por quem
acreditas que te ama, que poderá tentar justificar aquilo que fez contigo te acusando de um dia ter feito amor comigo,
quando a verdade é bem outra, fui apenas teu amigo.
Olha! Não penses, que me foi
fácil ler a tua poesia, papel manchado da lágrima que da tua linda face caía,
enquanto te oferecias como uma flor que se abre e no meu peito o frio sabre da
tristeza me feria. Perdoa-me, mas não posso atravessar este rio e prolongar meu
dilema, toma fiz pra ti este poema, abre-o quando já estiveres bem longe daqui,
mas não fiques triste e nem chores, deixes guardada uma lágrima, para quando eu
já não mais existir. Sabe! Jamais vou me perdoar se esta minha confissão vier
te fazer sorrir, este seria para mim um erro imperdoável e faria com que eu me
sentisse ainda mais miserável.
Por favor não me acuses por covardia,
sou apenas um louco bardo, e talvez do outro lado, valor nenhum tenha a minha
poesia e o meu pranto todo planeta ouviria.
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