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sábado, 1 de junho de 2013



Rejeitado.
J. Norinaldo.



Existem dias em que me sinto rejeitado, quando até o sol me desvia deixando a sombra para o meu lado e não consigo preencher nenhum vazio; e o vento uiva antes de trazer o frio. Nesses dias de deserto interior, onde as miragens como sombras de serpentes se arrastam como trastes transparentes, como vermes sem vida e sem cor. Na verdade o pior nesse calvário é o cenário sempre escuro e tão vazio, nem o uivar do vento nem o frio conseguem afastar a solidão que deve ser muito triste  e por isto me escolheu, e nem sabe escolher uma companhia, por isto deve ser também vazia, assim como vazio sou eu. Sinceramente não sei se isto é poesia, que para muitos deve falar de alegria, de flores primavera e outono, jamais lembrar o último sono, já para mim isto ai é fantasia. Também existem os poetas malditos, cuja poesia não é aceita, assim como existem seres vivos, que a própria morte rejeita.


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