Velho Piano, Opaco Verniz.
J. Norinaldo.
Meu velho piano, minha antiga
canção, eu velho cantando matando a saudade no meu coração; meu velho piano de
verniz opaco já com o som fraco pelo passar dos anos, e esses meus dedos sem
agilidade que tocam a saudade que veio com os anos, dos tempos insanos em que
pensei ser feliz que o verniz embeleza a ti meu velho piano. Meu velho sobrado
que sobrou na rua, meu velho piano e que história linda, pois ainda me lembro
que em noites de lua o teu som vibrante levava tão longe essa velha canção.
Esta rua é velha e não era assim,
e não foi por mim que ela mudou, quando era jovem sei que fui feliz, e não como
o verniz que embeleza os pianos e com o passar dos anos se torna sem cor,
comigo é bem diferente o verniz da gente se transforma em dor, para quem já
brilhou muito ou quem nunca brilhou.
Ah! Meu velho piano ainda
resiste, a essa canção tão triste que o tempo por maldade não apagou como
carregou a minha esperança, eu já não me lembro da tua feição, quando toquei
pela primeira vez para ti essa mesma canção; só me lembro o quanto era feliz,
ao ver teu rosto refletido no piano novo tendo por espelho o seu belo verniz.
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