Saudade de ser Criança.
J. Norinaldo.
Ao ver o céu pirilampado de
estrelas, e tentar ouvir novamente o seu som, lembrar que um dia tive uma só para mim, que perdi pois
inventei de crescer e esquecer que ser feliz era tão bom. Ao ver os campos
orvalhados nas manhãs e a fumaça dos fogões na chaminés, lembrar o manso riacho
na campinha, que calmamente vinha me beijar os pés; Ah! Que saudade da
orquestra de pardais nos parreirais que davam sombra no quintal, Ah! Que saudade
das minhas bolas de gude, dos meus banhos de açude tempo que não volta mais.
Ah! Como dói esta saudade de tanta felicidade que eu tinha e nem sabia,
acreditava que seria para sempre e que o mundo era uma bela poesia. Ao ver o céu
pirilampado de estrelas, só poder vê-las e não ter uma sequer, olhar pra trás e
enxergar tanta lonjura e saber que hoje é loucura, querer uma estrela como uma
criança quer. Ah! Se eu pudesse ser criança novamente, trocar meu brinquedo eletrônico
por um cavalo de pau, ver beleza na fumas das chaminés, ter novamente o
cristalino riacho para me molhar os pés, curtir a sombra da parreira no
quintal.
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