Translate

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014



Apenas Um Beija Flor.
J. Norinaldo.


Ah! Se a vida não fosse passageira e puséssemos preservá-la num jardim, que morressem as flores quando murchas e deixassem para nós o seu perfume; que a saudade chegasse à hora certa, e somente se a porta lhe fosse aberta, assim como a dor e o ciúme. Ah! Se a noite o travesseiro quieto, ouvisse apenas a voz dos sonhos, nada de pesadelos medonhos e na leveza do sono tranqüilo, fazer coro com a seresta do grilo, a canção mais bela que sabe o vento. Ah! Se a vida não temesse tanto a morte, que corta o sorriso pela metade, não respeita a felicidade e nem faz questão de simpatia,  com a tristeza se regala, pois sabe que em alguma poesia o poeta é obrigado a lembrá-la. Ah! Se a vida fosse como a gente sonha, e não como um vale de espinhos, sem ter flor  pois nem sempre é feliz quem ganha, se não sabe utilizar o que ganhou; ah! Se a vida fosse um grande jardim, perfumado como um quadro pintado pelo amor, cujo pincel desliza como quem goza, que  cada espinho apontasse para uma rosa, onde o poeta que escreveu esta simples  prosa, queria ser apenas um Beija Flor.


Sem comentários: