Apenas Um Beija Flor.
J. Norinaldo.
Ah! Se a vida não fosse
passageira e puséssemos preservá-la num jardim, que morressem as flores quando
murchas e deixassem para nós o seu perfume; que a saudade chegasse à hora
certa, e somente se a porta lhe fosse aberta, assim como a dor e o ciúme. Ah!
Se a noite o travesseiro quieto, ouvisse apenas a voz dos sonhos, nada de
pesadelos medonhos e na leveza do sono tranqüilo, fazer coro com a seresta do
grilo, a canção mais bela que sabe o vento. Ah! Se a vida não temesse tanto a
morte, que corta o sorriso pela metade, não respeita a felicidade e nem faz
questão de simpatia, com a tristeza se
regala, pois sabe que em alguma poesia o poeta é obrigado a lembrá-la. Ah! Se a
vida fosse como a gente sonha, e não como um vale de espinhos, sem ter flor pois nem sempre é feliz quem ganha, se não
sabe utilizar o que ganhou; ah! Se a vida fosse um grande jardim, perfumado
como um quadro pintado pelo amor, cujo pincel desliza como quem goza, que cada espinho apontasse para uma rosa, onde o
poeta que escreveu esta simples prosa,
queria ser apenas um Beija Flor.
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