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sexta-feira, 7 de fevereiro de 2014



As Ondas do Deserto.
J. Norinaldo.



Quando as dunas se desfazem e se amplia o teatro das miragens, como se uma mente  que vazia, se enche facilmente de bobagens, quando o sol se espalha pela a areia, como a onda se espraia na maré cheia e o navegante ouve o canto da sereia vindo de uma concha dourada, uma miragem onde as dunas são as ondas prateadas iluminadas pelos raios do luar, que diferente do sol que no deserto enlouquece, a lua ameniza o calor e faz sonhar. Quando as ondas se desfazem como as dunas, se amplia a imensidão do horizonte, enquanto outro monte serpenteia e como num bailado sobre o mar, a onda se atira sem ter medo, de encontro ao mais duro rochedo com coragem, como no deserto a tempestade de areia, confunde a razão com uma miragem. Quando o mar está sereno, parece um deserto de espelho, onde as miragens são o céu e as estrelas, que os loucos e perdidos podem vê-las, assim como o sol durante o dia, e descrevê-los na sua poesia; só os loucos, os poetas que se julgam donos delas... Mesmo sem tê-las. As ondas são as dunas do oceano, e as dunas são as ondas do deserto, as miragens desenhadas na areia, são iguais aquelas da maré cheia, quando o mar vem beijar os pés, daqueles que se aventuram a amar ali por perto.

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