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domingo, 23 de fevereiro de 2014



Caminhada da Vida.
J. Norinaldo.



Mesmo desgastado pelo tempo ido,  da árvore dispensei a sombra e aceitei um cajado, o caminho é longo e o frio doido enquanto me afasto do velho passado, não contei os passos nem gravei nas pedras, não quero deixar caminho marcado. Enquanto existir manhãs orvalhadas e os frutos caídos na beira da estrada, e dois galhos qualquer para armar minha rede, não passarei fome e não sentirei sede, sigo meu caminho mesmo que sozinho e determinado, suportando o peso da dor do cansaço sem ouvir gemidos deste meu cajado. Não posso parar a sombra perfeita, pois na curva espreita a preguiça má, que talvez conheça o fim da jornada, e queira apenas evitar por ossos do ofício, a decepção no fim da estrada, depois de tanto sacrifício lá tenha uma placa, com quatro letrinhas que significam        : “Nada”.

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