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sábado, 3 de maio de 2014


Última Canção.
J. Norinaldo.


Amigo, hoje  abandono-te a uma sombra amiga com o coração partido, por partir sem coragem de levar-te depois de tanta paz e alegria que me destes; mas como tudo nesta vida passa, a verdade é que nós também passamos, envelhecemos,  murchamos e morremos. Eu morto sigo sem a tua companhia, sem a tua melodia ou teus falsete, mas surdo de tanto evitar escutar o que hoje o mundo escuta, como o moldar a pedra bruta, que contigo se chamava lapidar. Sei que não me ouves meu amigo, acontece também comigo e com tantos que amavam de ouvir. Deixo-te entregue a madeira viva, quiçá teu pó ainda sirva para um dia lhe adubar, e quem sabe num futuro bem distante, voltes a ser importante em salão um deslumbrante num trocar de olhares entre amantes uma valsa recordar. A dor de seguir sozinho a estrada, mesmo sabendo onde chegar, mas não quero mais magoar meu coração e nem sei se os dedos obedeceriam minha mão... Para tocar uma ultima canção


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