Lá no fundo era belo.
J. Norinaldo.
Há quem veja nas flores a beleza
do quadro, e o fundo verdejante que eu imagino, a verdade se faz entre o olho e
o alvo e não no projeto tão antes pensado com tino, se o artista pudesse
entender que não precisa retoque para
beleza ser, e nenhum alquimista que existiu nesta vida, consegui o perfume de
uma margarida. P perfume mais caro é o do frasco menor, mas foi feito em
quantia para encher tonéis, teve séculos de estudo para se fixar, no da
margarida a efemeridade, a pele da raposa que brincava no campo aproveitando a
vida, corria faceira entre as margaridas
sua pele hoje ser para vaidade. Qual a flor mais bonita a que colhe ou a que é
colhida, a criatura enfeitada para ser vendida como marmelada, ou a margarida
que fica onde nasce, oferece a beleza a quem acha bela, exala o perfume que não
escolhe a janela que esteja aberta que o vento o leve. De vida tão curta,
cheirosa e tão bela, murcha e morre e sai da janela, enquanto quem colhe como
um ornamento um dia um momento, estará rodeada de flores e vela. Há quem veja
nas flores a beleza do mundo, há quem veja no mundo o fundo da tela, há quem
não veja nada nas flores em vida, um dia terá velas e margarida, e outras
flores enfeitando o seu final de vida.
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