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sexta-feira, 15 de agosto de 2014



Lá no fundo era belo.
J. Norinaldo.



Há quem veja nas flores a beleza do quadro, e o fundo verdejante que eu imagino, a verdade se faz entre o olho e o alvo e não no projeto tão antes pensado com tino, se o artista pudesse entender  que não precisa retoque para beleza ser, e nenhum alquimista que existiu nesta vida, consegui o perfume de uma margarida. P perfume mais caro é o do frasco menor, mas foi feito em quantia para encher tonéis, teve séculos de estudo para se fixar, no da margarida a efemeridade, a pele da raposa que brincava no campo aproveitando a vida, corria faceira entre  as margaridas sua pele hoje ser para vaidade. Qual a flor mais bonita a que colhe ou a que é colhida, a criatura enfeitada para ser vendida como marmelada, ou a margarida que fica onde nasce, oferece a beleza a quem acha bela, exala o perfume que não escolhe a janela que esteja aberta que o vento o leve. De vida tão curta, cheirosa e tão bela, murcha e morre e sai da janela, enquanto quem colhe como um ornamento um dia um momento, estará rodeada de flores e vela. Há quem veja nas flores a beleza do mundo, há quem veja no mundo o fundo da tela, há quem não veja nada nas flores em vida, um dia terá velas e margarida, e outras flores enfeitando o seu final de vida.

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