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quinta-feira, 25 de setembro de 2014



Chegada e Partida Vida e Mar.
J. Norinaldo.


Quando da Proa do navio avisto o porto, quase morto de saudade estremeço e agradeço a Deus por meu regresso, por mais uma viagem de sucesso e por tudo ter corrido em paz, mesmo sem ter  ninguém no cais para abraçar-me na chegada; vejo a alegria estampada nos rostos de quem chega e quem espera, lágrimas e sorrisos e abraços, enquanto eu caminho a largos passos seguido por um cão que nem conheço. Mesmo assim agradeço meu regresso caminhando sem ter aonde ir, uma casa, um abrigo, um amigo uma pousada, ou  o primeiro bar que se abrir, pois ainda é madrugada. A lua tímida vai sumindo, logo um lindo sol de primavera e  o perfume das flores que enfeitam a vida, colho uma margarida, de um velho jardim abandonado, o cão já não está ao meu lado, deve ter já encontrado, um lugar quente e amigo. Espero outra vez, mais uma vez, ver o meu navio se afastando, é sempre assim; ver tantos lenços abanados,  sabendo que nenhum é abanado para mim. E enquanto o vento estufa nossas velas, enfrentamos tempestades e procelas sem certeza de aportar um novo cais; Assim eu vou levando a vida, como aquela margarida de um jardim que ninguém quer mais.

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