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terça-feira, 23 de setembro de 2014


O leito Do Rio Seco.
J. Norinaldo.



Por onde já foi o leito de um rio, corre o meu vazio o tornando cheio, e bem pelo meio um barco sem dono como se abandono remasse o receio. Lá longe na curva desse rio feio, que parece cheio, mas é sempre vazio está um mundo frio e assustador, onde só há dor, solidão e gritos de seres aflitos presos por grilhões rodeados sempre por moscas azuis. E o leito do rio quando há enchente, é tão deprimente na minha visão, ver o velho barco com as cordas soltas e as velas rotas ruma a solidão. E fico a pensar onde vai deixar sua triste carga, e o mais doce mel a mais doce uva se torna amarga. Na curva do rio sempre pelo meio, um rio vazio mas para mim cheio, a água escura da cor de da ferrugem que corrói as  correntes dos seres aflitos, olho para trás e já não ouço gritos a não ser os meus que tento abafar, eu não sei e nem tenho coragem de saber se estou no barco ou em uma margem, a minha angústia é por não sabe-lo se este pesadelo findará um dia.  Sei que este rio não ria ao mar, com toda certeza acordarei antes e seguirei caminhos errantes esquecendo o rio o barco perdido, este é o destino de um deprimido que não terá paz, pois está num mundo onde ele é demais.Será que este rio já correu um dia, saciou a sede da terra e da vida, será que eu ainda encontrarei, alguém que me leve a uma fantasia, fazer meu coração vazio, de emoção rebentar o peito em não ver apenas o  leito do rio, com a água suja que turva a visão no navegar triste de uma depressão.

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