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quarta-feira, 3 de dezembro de 2014



Chuva no Meu Sertão Nordestino.
J. Norinaldo,



Enquanto chovia de noite se fez o dia, e as vidraças da sala eram os olhos da casa que choravam de alegria. No campo os pássaros quietos ou a procura de abrigo enquanto o pendão do trigo para um lado e outro pendia. Como uma onda que se ergue diante da ventania e o barco do pensamento entre as ondas vadia. Estava faltando chuva para amolecer o chão, para o milho e o feijão no nordeste aparecer; e ver aquele povo valente sorrir feliz e contente ouvindo o som do trovão. Enquanto de noite se fez o dia uma luz se acendia no farol da esperança como um olhar de criança que doce preferido espreita, lá no sertão a certeza de uma das mais belas belezas que é uma  boa colheita. Chove chuva faz o riacho correr, deixa o açude encher não pares por um instante, mesmo que o pássaro não cante não esquece o canto amigo mesmo que não saibamos  o que  sua letra diz e quando sair do abrigo cantará muito feliz pelos vales verdejantes, bem de diferente de antes quando o dia era dia, como meu avô dizia quando eu era criança, quando de noite se faz o dia, para nós é poesia pois é sinal de esperança. Como é lindo ver a boneca do milho com seu cabelo ruivo como se fosse um filho grudado ao colo da mãe; um a beleza de um lobo saldar a lua com o seu  uivo. Enquanto chove o poeta solitário também ver o mundo turvo, não entendemos, mas o lobo é um poeta  que declama sua poesia predileta a lua através do uivo.

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