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segunda-feira, 23 de março de 2015






Minha Madrugadas.
J.Norinaldo.


Este é mais um texto, o sexto que escrevo ouvindo dolannes Melody e pensando em que? Às 3 horas da madrugada, a flauta de Pan só falta você. Logo os pássaros começarão a cantar, na minha parreira mora um Sabiá, que mesmo sem flauta e sem partitura dá um show de candura cantando no raiar da manhã. E vem às lembranças, as lágrimas, ainda bem que sozinho ouvido baixinho o meu próprio pranto a rolar, tão triste e sem ritmo em nada lembra a melodia ou o Sabiá. São 3 hora e dez minutos da manhã, a música cessa de repente e o que quebra o silêncio são as batidas do meu coração, como um sino que clama por alguém que venha me tirar dessa horrível solidão. Nada! A música retorna e com ela as lembranças, algumas amargas tão poucas doces que se misturadas se tornariam fel, a flauta começa como se no alto de uma montanha tentasse acordar o Condor, para no seu primeiro majestoso voo da manhã, enfeitando o céu ao som da flauta de Pan, tivesse o poder de trazer ao meu peito alguma alegria, um verso menos triste a minha poesia. Nada! Não entendo por que continuo a escrever, para que? Se para quem eu dedico não vê e se ver não sabe o que diz como saber que alguém às 3 horas da manhã, está aqui, ouvindo a Flauta de Pan, escrevendo um poema para si, tão infeliz? Longe ouço o canto de um  galo, a hora passou nem senti, escrevi e escrevi, sem saber sequer se nisto há algum sentido, o galo canta novamente, uma duas três vezes; e agora é hora da flauta me apartar para escutar meu Sabiá que mora na minha parreira. Sinto algo me escorrer no peito, não tem jeito, toda madrugada é assim, algo escorrendo ainda quente e depois um frio mortal, minhas lágrimas que em fim  escancaram  a represa da alma  e vertem como uma cascata. Ah! Essa saudade furiosa com a força de um potro ainda me mata, enquanto você dorme docemente, quiçá sabe sonhado com outro. Não! Esta dor não vai me vencer, mesmo que jamais diga para quem escrevo, porque simplesmente não me atrevo, meu coração saberá  sempre que será para você. É você! Por que ficou tão espantada?  Então não valeu tanto pranto, tanta madrugada, para nada? Para nada...Abro a janela e olho a rua e me sinto como um velho lobo, tão velho que uiva para o belo sol que nasce, pensando ser o nascer da lua.

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