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terça-feira, 17 de março de 2015



Porteira Velha, O amor não tem Idade.
J. Norinaldo.



Vinha caminhando por uma estrada tristemente, de repete de deparo com uma velha porteira, muito vela, tendo seus gonzos pela ferrugem destruídos, a madeira carcomida, como se a própria vida escolhesse outro caminho. Estava aberta, já coberta pelo mato se o próprio mau trato ali fizesse morada. Parei, pensei e não interrompi uma lágrima atrevida, Talvez a porteira aberta  estivesse a espera de alguém como eu desesperado que no buscasse no esquecido, o que não havia subseguido   na nova estrada da vida. O sofrimento é como uma porteira velha, cujo caminho o mato já tomou conta, o que não conta é o seu passado hoje presente, como alguém que pressente seu  mundo desmoronado. Tomei uma louca decisão, segui aquilo que um dia foi um caminho, sem saber se fazia a coisa certa, passei pela velha porteira aberta e segui sem olhar pra trás; quando ouvi o cantar de um passarinho; triste e sozinho parecendo chamar alguém, não pensei, como um louco comecei cantar também; de repente uma estranha felicidade, pareceu invadir todo meu ser, corri cantando até um bosque distante, lá encontrei uma fonte de uma água fresca e cristalina, e junto dela um pequeno lago aonde então pude ver toda a verdade, e como uma chuva minhas lágrimas caiam de tanto desgosto, por nunca ter visto em meu rosto tamanha felicidade. Procurei tanto  por estradas coloridas, em primaveras floridas perfumadas e nunca achei; nunca imaginei que naquela simplicidade, numa porteira velha esquecida, no cantar de um passarinho, numa fonte e num lago, tendo a brisa como afago estava a felicidade. Voltei só pensando no amor e vi quanto valor, tinha aquela pessoa, que pelas marcas do tempo, eu havia abandonado. Quando cheguei ela estava triste na janela, eu nunca a vira tão bela corria e abracei, parecendo um jovem puro desejo, lhe dei o mais longo beijo, com se fosse uma prova, de que jamais, a abandonaria novamente e todo meu passado ora presente era uma porteira nova.

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