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terça-feira, 19 de maio de 2015




A Rua da amargura.
J. Norinaldo.



A Rua da Amargura é uma rua como outra qualquer, uma rua é uma rua não é uma mulher, é só tirar os amargos de lá, colocar flores nos balcões pintar as casas com cores alegres e a alegria voltará  expulsando para sempre a  amargura que sempre viveu lá. Assim será com e para lá levaram amargura, se tratados com amor e ternura por bons corações serão como as flores dos balcões alegres e coloridas como tantas na vida; a amargura deixa feridas, profundas sequelas, como marcar de pincéis de saudosos pintores em velhas aquarelas. Mas não existe um sinete ou uma marca em bronze para sempre. Para sempre é tempo demais mesmo que a vida não tenha um tamanho padrão e por mais impossível que pareça com amor e ternura, não existe sequela em nenhuma aquarela que não desapareça. A Rua da Amargura existe, mas não tem uma placa que a identifique, porém ela identifica às vezes para sempre quem nela viveu como uma marca de fogo que jamais sairá da testa de quem a ela pertenceu. Às vezes o endereço de muitos é a rua da amargura, mesmo pintada de flores alegres e colorida, casas pintadas e crianças brincando cheias de vidas; porque simplesmente a maldade humana que muitas vezes implora perdão é incapaz de estender a mão  e a um irmão perdoar. Muitas mulheres que vivem ou viveram na rua da amargura, sem balcões floridos ou casas com bonitas cores, vendendo a honra para sobreviver, vendem ou vendiam a única coisa que ainda tinham para vender.

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