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terça-feira, 16 de junho de 2015




A Peneira e a vida a ovelha e o Dingo.
J. Norinaldo



Vamos peneirar o todo e separar o nada que de tudo sobra, e num frasco pequeno colher o veneno de uma peçonhenta cobra; se nos pequenos frascos estão os raros perfumes, nos pequenos amores,  é onde se escondem os grandes ciúmes. Vamos fazer a colheita e separar o joio para longe do trigo, tirar do meio dos cascalhos um belo diamante como se faz com um grande amigo. Vamos sonhar acordados dormindo sonhados numa manhã de domingo, vamos tentar ter certeza que tanto há beleza num cão ou num dingo. Vamos peneirar a vida e na poeira perdida deixar ir-se o mal, mas levar o rebanho para tomar banho e depois ao curral; vamos escrever um ver ao nosso maior inimigo mortal, e quiçá se torne um amigo por saber que um verso nunca fará mal. Vamos cantar e sorrir sempre sem fingir ou representar, fazer da vida um palco, e mostrar que o amor é mais bela cena, e jamais deixar que alguém transforme este palco em arena. Não vamos perder tempo, com futilidades ou com  ato covarde; pois assim corremos o risco de chegar no teatro... quando já for tarde

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