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segunda-feira, 15 de junho de 2015



Mal me quer.
J. Norinaldo




Quando na madrugada fria a insana insônia bate, não existe marinheiro que  este nó desate, pois a dor faz o laço e a solidão o arremate.  Somente o travesseiro amigo entende e se estende colado ao rosto úmido como a massagear o peito túmido onde um coração disparado parece repetir; quero fugir! Quero fugir! O frio da noite gela a alma e acalma o calor de uma paixão, que ora ressoa em outro colchão depois de ter o corpo satisfeito. E manhã custa a chegar, até p primeiro pássaro cantar e o primeiro raio de sol nalguma fresta, como um archote de uma  numa festa que houve noutra cama, noutro lugar, com quem o frio vem me lembrar-me com desvelo que ao meu lado o frio gelo está no lugar de que está bem aquecida, porém em outro lugar. Como a madrugada fria é triste, e como a noite custa a retirar seu véu, quando a insônia louca insana ainda te ser uma taça de fel; E saber que quem dorme satisfeita, nem sabe que é quem aperta o laço, que sufoca um molambo um bagaço, que até sem saber esbagaçou; quão dura fria e cruel e a vida e noite com seu véu, para uns, para outros... Puro mel. Ah! Agora é madrugada, meu temor é dormir e sonhar que sou feliz e que o meu coração agora diz  repetindo várias vezes feliz: quero voltar! Quero voltar! Mesmo num sonho passageiro que desse para secar o travesseiro, mesmo que não desate o nó, mas por dor o afrouxe e me deixe respirar. Madrugada insônia estrada, nos aceiros espinhos pedras e fossos, e este nó no meu pescoço que tem nome de mulher, ou de uma flor que se chama mal me quer.

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