A Beleza do Belo.
J. Norinaldo.
Dificilmente eu serei belo, o belo que todos gostam de ver.
Portanto eu sei que existo, mas serei visto pelo que não devia ser. Quem não é
geógrafo muito pouco ver num mapa, quem julga um livro pela capa dificilmente
me ver; E a beleza assim vai se estilizando no conceito da estética, não que
seja uma beleza patética, pois o belo também é arte, na verdade não é tudo
afinal, o pavão é belo e inútil, existe a beleza fútil e a bela cobra coral.
Talvez a beleza mais bela é justamente aquela que não aparentemente vista; mas
só exista depois da capa do livro, ou da precisão do mapa que indica quase
tudo, para que serve um livro só com uma bela capa e totalmente vazio de
conteúdo? A beleza revelada à visão, a perfeição de traços nobres ou de curvas
sinuosas, olhos belos que encimam belos lábios sensuais; podem ser como a Peçonha da serpente, a
beleza de uma cobra coral, ou inútil como a beleza do pavão, que encanta os
olhos mas não alimenta como um pedaço de pão; pois este existe para ser belo
sobretudo, eis a capa do livro mas que não tem conteúdo. Será que vale a pena
ser de imensas belezas providos, e quando abrem a boca quem está em volta se revolta e tapa os
ouvidos? Eis a história do livro de bela capa sem conteúdo, é bem melhor
um livro sem tal adorno, do que jogar
tanta beleza num forno. Nunca julgue um homem pela aparecia; tenha a decência e
saber quem ele é de onde vem, o que faz de bem mais de uma vez, não aposte num
cavalo pelo porte, não compre um castelo sem conhecer seu lado interno, ninguém
compra um terno pelo corte, mas sim pelo alfaiate que o fez. O espelho devolve
o que lhe mostrado e muitas vezes a beleza está na roupa, mas ele é mudo e
jamais irá dizer: quanta beleza eu acabo de ver, mas para mim é bem melhor... Aquele que vi antes e que se
veste de estopa.
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