Translate

quinta-feira, 24 de março de 2016





Os Bosques e os Parreirais.
J. Norinaldo.



Não fossem os bosques e os parreirais, e os sabiás que não se cansam de cantar eu até diria que o mundo não teria mais encanto; o que pensar de quem nunca esteve num bosque, num parreiral nunca viu um sabiá ou escutou o seu canto. Mas é feliz lá no seu bosque de pedras, entre grades,  antenas e arranhas céu, seria isto uma realidade? Que existem felicidade e felicidade, mas só se descobrirá de verdade, na hora em que a vida baixar o seu véu. Não fossem as estrelas tão distantes, como distantes vivemos cada um de nós, cada um em um mundo diferente, onde não existem mais segredos, isto é,  se conversa, se sorri e  até se briga com os dedos, sem mexer um músculo do rosto sequer. Desde que o mundo é mundo e se conhece o sabiá, seu canto é o mesmo e nunca deixou de agradar, triste daquele que é feliz sem conhecer, um lindo bosque, um vale ou som de um riacho a correr, ou canto do sabiá que faz até  o parreiral tremer. Assim é o teatro da vida uns num palco, se esforçando para serem o que não são; outros sentados em suas macias poltronas, além de poucos que ocupam camarins; se divertem vendo seres mascarados que  tentam, imitar sons como o belo canto do sabiá ou dos diamantes mandarins. Na verdade saltimbancos somos todos nós, itinerantes como as estrelas distantes, a diferença que se se vamos sem ter  brilho, enquanto elas permanecerão brilhantes; os bosques pode desaparecer  e dar lugar  a selva de pedras e floresta de antena e o vinho ser fabricado por algo mais interessante, o sabiá pode deixar de cantar, mas será que tudo isto vale a pena????

Sem comentários: