Os Bosques e os Parreirais.
J. Norinaldo.
Não fossem os bosques e os parreirais, e os sabiás que não
se cansam de cantar eu até diria que o mundo não teria mais encanto; o que
pensar de quem nunca esteve num bosque, num parreiral nunca viu um sabiá ou
escutou o seu canto. Mas é feliz lá no seu bosque de pedras, entre grades, antenas e arranhas céu, seria isto uma
realidade? Que existem felicidade e felicidade, mas só se descobrirá de
verdade, na hora em que a vida baixar o seu véu. Não fossem as estrelas tão
distantes, como distantes vivemos cada um de nós, cada um em um mundo diferente,
onde não existem mais segredos, isto é, se conversa, se sorri e até se briga com os dedos, sem mexer um
músculo do rosto sequer. Desde que o mundo é mundo e se conhece o sabiá, seu
canto é o mesmo e nunca deixou de agradar, triste daquele que é feliz sem
conhecer, um lindo bosque, um vale ou som de um riacho a correr, ou canto do
sabiá que faz até o parreiral tremer.
Assim é o teatro da vida uns num palco, se esforçando para serem o que não são;
outros sentados em suas macias poltronas, além de poucos que ocupam camarins;
se divertem vendo seres mascarados que
tentam, imitar sons como o belo canto do sabiá ou dos diamantes
mandarins. Na verdade saltimbancos somos todos nós, itinerantes como as
estrelas distantes, a diferença que se se vamos sem ter brilho, enquanto elas permanecerão brilhantes;
os bosques pode desaparecer e dar
lugar a selva de pedras e floresta de antena
e o vinho ser fabricado por algo mais interessante, o sabiá pode deixar de
cantar, mas será que tudo isto vale a pena????
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