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sexta-feira, 11 de março de 2016



   Cachoeirinha, Pernambuco, por Vocês eu sou Maluco.
J. Norinaldo


Hoje eu sou um homem feliz por ter lembranças felizes de uma vila encantada, com suas ruas empoeiradas, suas famílias irmanadas como nos contos de fadas. Crianças obedientes todas em um só  Deus crentes ensinados por sua Fada Madrinha; privilégios de que conheceu ainda menino, D. Glorinha, a Professora Tarsila e a querida D. joaninha. Sou feliz e agradeço ter vivido nesse chão, mesmo um seco torrão donde às vezes nada brota, mas quem é de fora não nota nenhuma insatisfação; muitas às vezes batem asas como aves de arribação, levando o pouco que tem no seu pobre matulão, e a saudade no peito  e Cachoeirinha no coração. Não quero ser presunçoso falando da minha vila, do seu motor Caterpilla que era manobrado por Bel, quando em criança brincava sem celular que avisasse que quando o motor coisasse o medo da escuridão, pois até em bicho papão em nosso tempo era coisa que se acreditasse. Depois veio a luz mais forte da Usina de Paulo Afonso, e o progresso meio sonso  soterrou a minha Vila; ainda bem que estava longe sofrendo sua saudade e não vi essa maldade tão necessária para a missão ser cumprida, desde então não vou a velório de amigo, prefiro tê-lo na mente comigo como o via em vida. Cachoeirinha, Cachoeirinha, tua história pode ser simples, mas é repleta de glória; lembra-te de D. Glorinha, que era um nome diminuto, mas falando em peso bruto, quanta glória essa mulher tinha. Abdon Jordão, e a Família Raimundo, Sobral, Agripino, Simões, Chalegre para  falar de todo mundo me falta espaço e tempo, mas repito, Abílio, Júlio Palito, Chiole Alfredo alicate, Mãe quitéria e hoje até eu faço parte de parte dessa história que começou a ser contada e não pode ser esquecida, ou se perde a razão da vida e esta não vale nada. Às vezes cavalgo o tempo nas asas da imaginação, e me vejo novamente a correr por este chão, pensando em Manoel Vicente Janja, Bel e João Romão, na bela Coló de miro, a Professora  Maria de Cesário pessoas que até hoje admiro e dedico tanto amor, como aos amigos que partiram Biducha, Cariri e a Dolores de Guingô; e choro feito criança, mas mantenho a esperança que um dia o Rio Una sem parar suas águas para sempre corram e essas lembranças não morram e se percam no vazio, como morre o nosso Rio. Que os novos Cachoeirenses  não esqueçam velhos bordões esquecidos pelos moderno do mundo, pois por ai ainda existem Jordões, Tavares, sobrais e Raimundo. E que para ser nordestino não é só saber usar um belo chapéu de couro, e escrever verso  feito eu, mas sim tratar como ouro o torrão em que nasceu.

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