Translate

domingo, 24 de julho de 2016




Os Feios e os Loucos Também Amam.
J. Norinaldo.



Ele era extremamente feio, mas tinha muitas canetas, e rabiscava o tempo todo até que algo surgia, ele sempre dedicava a Sofia qualquer  figura que sobre o papel nascia; não sabia desenhar, mas seu esforço valia, valia a pena sonhar que era um quadro tão belo e tão raro, que se tornaria tão caro, que ninguém o compraria. Mas ele era muito feio e isto não mudaria, o que pensava Sofia ele também não sabia; aliás, sabia pouco além de suas rasuras, além das suas figuras, mas que muito lhes dizia; justamente porque, eram dedicadas a Sofia. Até que um dia suas canetas sumiram em, uma linda manhã, e diferente do louco de Khalil Gibran, o homem feio enlouqueceu; e com as unhas a parede corroeu, fazendo rabiscos com seu sangue que escorria, sorriu e dedicou a Sofia a mulher que tanto amava, mas que não a conhecia. Pobre homem feio e louco e se tudo isto fosse pouco a maldade para saciar sua sede e aumentar os seus medos, devolveu-lhe as canetas, porém o homem feio e ora louco já não tinha mais os dedos, mas por ser louco não sofria seus dedos ficaram na parede como a pintura de um mestre, ou algo rude rupestre em homenagem a Sofia; e o mais louco em tudo isto...Ele nem a conhecia.

Sem comentários: