Translate

domingo, 14 de maio de 2017




FELIZ DIA DAS MÃES.
J. Nori,


Lembro-me de uma música que era cantada creio que nessa época " Mamãe, Mamãe, Mamãe, eu te lembro com chinelo na mão, avental todo sujo de ovo, se eu pudesse eu queira outra vez  Mamãe, começar tudo, tudo de novo". Creio que era assim, eu estranhava, nunca vi minha mãe de avental, afinal tive que procurar saber o que era tal coisa; descobri que éramos pobres demais para minha mãe usar avental, o chinelo sim, e desse seria difícil esquecer. Lembro, lembro de tantas vezes te-la esquecido pensando numa menina que conhecera ha um mês e que nunca nada me fez, como uma mamadeira, um chá e ficou noites sem dormir para que eu pudesse dormir tranquilo. Lembro até da cor do vestido que ela costurou numa máquina Singer pequenina girando uma manivela sentada num tamborete, e do dinheiro que recebeu me levou ao Cine Santo Antonio em Cachoeirinha e me pagou o ingresso, retornando feliz para nossa casinha. Lembro do Filme que passou, era com Bil Heliot. Lembro quando ela partiu e me telefonou 2 horas antes e de repente me disse: Que queria te perguntar uma coisa, mas esqueci; fica para outra vez, não houve outra vez. Eu tenho muito medo de tentar adivinhar aquela pergunta. Hoje sei o valor que ela tinha, sei a falta que me faz; sei que podíamos ter ficado mais tempo juntos; quiçá se ela tivesse tido a chance de usar avental quando eu ouvi pela primeira vez aquela música; quem sabe, o certo é que não ficamos e talvez por causa disso, ela esqueceu a última pergunta. Quem ainda tiver sua Mãe, ame-a, o tempo que puder e o que não puder arrume, vale a pena; chorar depois que ela se for, é doído, mas sempre ficamos com a impressão que são lágrimas de crocodillo; se tivemos tantas chances e não fizemos...Por que?

Sem comentários: